Padrão fitness

Comecei há algum tempo frequentar uma boa academia aqui da cidade. Passei por um programa de acompanhamento de novos alunos e, no final, tinha uma "formatura". Convidei uma amiga para ir comigo. Depois de uma volta pelo recinto, com cara de boba ela me olhou e disse: “Poxa, achei que teria por aqui mais daquelas pessoas ‘perfeitas’, com ‘aquele’ corpão, sabe?”

Sei, sei sim. Aquelas pessoas que a gente vê no Instagram, cultuando corpos esculturais, modelados a suor e whey protein, vivendo para se exercitar, que nunca acordam indispostas, nunca se estressam, comem ‘bem e saudavelmente’, só ‘comida top’ e  mostrando felicidade radiante porque, afinal, elas são o estereótipo endeusado e nos vendem um parâmetro inalcançável, que às vezes nos faz sentir que, no dia a dia, o combo “dieta+academia” não passa de uma frustração sem fim? Eu sei.

A verdade é que a tal academia não passa de um espaço onde um monte de gente normal, que trabalha o dia todo, tem casa e filho pra cuidar, vai para tentar das duas uma: o bem estar que uma vida ativa e saudável traz ou o parâmetro inatingível das garotas fitness do Instagram. Melhor que seja a primeira opção, afinal, a maioria ali não deixou nem vai deixar de ser gente, gente normal.

Desde esse dia passei a observar as mulheres que encontrava pelos corredores, nas esteiras, nos estúdios de ginástica e nas áreas comuns. É fato que nossos olhos saltam quando aquela ‘musa fitness’ passa do nosso lado, exibindo um corpão construído com muito esforço (porque sim, aquelas que alcançam esses tipos de objetivos é porque se esforçam muito), mas foi engraçado, de repente, constatar que a academia não era feita só de barrigas chapadas e pernas torneadas.

Aliás, têm mulheres assim, prontas para um concurso de beleza fitness, lindas e divas. Mas têm também muitas e muitas mulheres com barriguinhas, pneuzinhos, pernas cheinhas, bumbuns pequenos... E igualmente LINDAS e DIVAS!


Não posso dizer aqui que sou a favor de viver relaxadamente, comer só besteiras, não ligar para a saúde, não praticar exercícios. Sou uma super defensora de um modo de vida saudável, se preocupando com que tipo de coisa colocamos na mesa e buscando, sim, um corpo melhor. Tenho feito isso com mais cuidado desde o ano passado, quando me empenhei em uma dieta que me fez perder peso e pratico muitos exercícios - comecei com caminhada nos arredores de casa, parti para aulas de natação numa piscina municipal, até que ingressei na tal academia e agora minha rotina inclui além de corridas na esteira e musculação, aulas de pilates e ballance (uma espécie de pilates, com ioga e relaxamento), alongamentos, exercícios posturais e funcionais, além da natação (que só não pratico no inverno) e dança (uma ótima alternativa para quando não posso ir à academia – busco aulas no Youtube e faço na sala de casa mesmo).

Busco todos os dias alternativas para me alimentar saudável e, claro, tenho, assim como muitas mulheres têm, vontade de me parecer com uma ‘musa fitness’. Gostaria de ter um corpo magrinho, pernas e braços definidos, mas percebi que tudo é um processo e atingir o alvo pode acontecer um dia... ou não!

Esforço nunca fica sem recompensa, sem resultado. Como fruto de dedicar metade dos meus dias este ano para praticar ao menos meia hora de exercício, ganhei mais força muscular, braços e pernas mais fortes e, consequentemente, mais definidos, e uma disposição diferente! Assim, ser uma mulher com uma barriguinha pouco importa quando nós mulheres que andamos pelos corredores daquela academia sabemos que mais do que viver para ‘divar’ no Instagram, nós buscamos cuidar melhor de nós mesmas!

Sabemos que executar com cada vez mais perfeição os movimentos das aulas, ganhar força nos braços e até um elogiozinho de vez em quando é muito bom. Mas saber que fazemos isso em respeito a nós mesmas é melhor ainda! Não somos bonecas moldadas e nem vivemos para construir corpos perfeitos, mas viver contente consigo mesmo já é o bastante!


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