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Mostrando postagens de setembro, 2011

fã nº 1

- Roxane, posso te cobrar uma coisa? - Pode vó, diga... - Cadê suas matérias? Não tenho visto seu nome... - Ah vó! Estou só cobrindo férias de Cultura, mas logo a sra. volta a ver minhas matérias!!! - Ahhh bom! Orgulho de jornalista é ter uma vó fã nº 1. Te amo vóvs Erly!

como a vida perde a graça quando nossos amores se vão... (1)

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Essa semana me dei conta de como a voz dela já não é mais tão nítida em minha mente. Nossas brincadeiras tão gostosas deixaram de existir. Minhas visitas à sua janela, faz tempo, deixaram de ser uma rotina. Acenar para ela quando descia no ponto de ônibus, enquanto ela me observava do portão não faz mais parte do meu dia a dia. (Eu nem moro mais lá também).  Tenho dificuldade em lembrar quando foi nossa última conversa, sobre o que falamos. Só lembro quando ela já se sentia mal e minhas palavras eram só tentativas de descobrir o que estava tentando a levar para longe de mim (eu mesmo nunca acreditei que fosse conseguir, mas conseguiu, ela se foi, e tão rápido). Eu lembro do último presente que ganhei (e de muitos outros também - o tonico, um cachorro peludinho de brinquedo para suprir a ausência do verdadeiro que tinha morrido, o relógio-porta-retrato que a faxineira quebrou, alguns sutiãzinhos de menina-moça). Ela se foi perto do Natal (não houve um deles que ela deixou de me presen

a terra das flores

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Estive no último sábado, dia 17, na Expoflora, em Holambra-SP. Para quem não conhece eu conto a velha história: o nome da pequena cidade vem da mistura de Holanda e Brasil. Uma cidade típica de imigrantes holandeses e conhecida pela atividade voltada ao cultivo de flores. Sua festa anual, a Expoflora, também é bastante conhecida e vira assunto em todo lugar nessa época. Holambra não fica muito longe de Limeira. É vizinha de uma de nossas cidades vizinhas. Não dá nem 40 km de estrada. É tão simples quanto ir a Piracicaba jantar no sábado a noite, coisa muito comum pra gente. Por isso para nós é sempre muito fácil correr para lá quando é dia de festa. O festival das flores é um desses momentos gostosos de viver e de se apreciar de perto. Muita coisa bonita, belas produções paisagísticas e maravilhosas flores. A natureza parece mais forte por lá. Não foi a primeira vez que fui para Holambra. Mas foi a primeira vez que participei da chuva de pétalas. É indescritível a emoção de estar en

Especial Aniversário de Limeira: à espera de igualdade nos bairros carentes

Limeira completou 185 anos na semana passada, no dia 15. O Jornal de Limeira comemorou com um caderno que apontava para três visões distintas - a Limeira que eu lembro, gosto e espero. Sobre a Limeira que espero, fui pautada para falar de justiça social, o que esperam bairros carentes do município. Como resultado a reportagem a seguir. (Roxane Regly, para o Jornal de Limeira) Quando Limeira comemora seus 185 anos é também momento de refletir a respeito de ações que promovam a igualdade social no município. Muitos limeirenses aguardam pelo futuro com esperança no melhor. Líderes e mediadores de bairros mais carentes depositam essa esperança em ações e políticas públicas que ainda não são promovidas, mas que seriam essenciais para chegar a um patamar em que haja justiça social no município. A aposentada Francisca Félix Silva, 63, é presidente da associação de moradores do Jardim Dom Oscar Romero. Apesar de pequeno, o bairro reúne muitas famílias carentes e é por meio da luta de mulher

Os anseios que se misturam em uma caneca de Leite com Chocolate

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Morrendo de saudade deles e das produtivas aulas de jornalismo literário da Ana Camilla Negri... Achei esse texto no fundo do bau, como gosto muito dele, estou postando em h omenagem aos meus GRANDES e QUERIDOS AMIGOS Ivan Costa e Lilian Geraldini! (Texto produzido no dia 16 de abril de 2010) Ambos têm a característica da maior parte dos estudantes de jornalismo. São falantes e expressivos. Falam com palavras, com as mãos, com caras e bocas. Lilian é mais centrada, pé no chão, como define. Ivan é sonhador, viajante, se considera bobo. Eles são jovens. Ele com 21 anos, ela com 23. Pouco ainda conhecem da vida, mas têm infinitos anseios, histórias e em comum, a amizade e o companheirismo. Ela é branquinha como o leite, ele moreno também como o leite, mas quando acrescido de chocolate em pó. O cabelo dela é fino, mas tem cachinhos, o dele grosso, só que liso como papel. Ela faz cara de séria para falar, ele também, e ainda estufa um pouquinho o peito para ter a sensação de credibilid

lições de uma visita imprevisível...

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Bati os olhos e a primeira coisa que me chamou a atenção foi aquele pequeno livro em cima da mesa, chamuscado pelas chamas que atingiram o lugar no dia anterior. Foi um incêndio na ala masculina de um lar misto de idosos. O dono daquelas páginas estava sentado ao lado da mesa, em uma cadeira de rodas. Não foi o incêndio que lhe feriu. A debilidade era por conta da velhice e das doenças que o acometeram com o passar dos anos. Tinha o lado esquerdo paralisado, provavelmente por um derrame, e ambas as pernas amputadas. Percebi que todas as coisas que lhe importavam naquele momento estavam sobre aquela mesa: um celular, óculos e a Bíblia Sagrada. O livro já não tinha capa, apenas as folhas com as bordas queimadas. Ao pegar as páginas com a mão que ainda podia movimentar, as folhas se desmanchavam ao toque. -- Mas só queimou a capa, falou 'seo' Augusto. No corre-corre do incêndio, poucas coisas se salvaram, talvez só aquela pequena Bíblia foi o que pôde carregar com uma das mãos

o ar místico de São Thomé das Letras e o encanto de buscar almas...

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São Thomé das Letras-MG é uma cidade conhecida por ser naturalmente mística. É também lá que milhares de jovens se reúnem anualmente, principalmente no último final de semana de agosto, quando acontece a principal festa da cidade, a Festa da Colheita, momento em que é comemorado o aniversário do município. Ao entrar pela cidade, esse "ar místico" é facilmente percebido. Com toda sua simplicidade, São Thomé não deixa de nos fascinar por um único segundo, talvez justamente por esses elementos sem excesso de detalhes. As casas humildes e configuradas sob condições rudes se contrastam com o que tem de mais simplório: as belezas naturais... o sol, a vista para um grande vale, a altura sem fim de um precipício, belas árvores e pedras. Mas não foi em busca das coisas surreais que na noite daquela sexta-feira o grupo de "jovens missionários" saiu do interior de SP em direção a São Thomé. Teatro, dança e música em diversos estilos, para todos os gostos. Foi um sábado basta