Cinderela: caráter da personagem se destaca em meio a 'mais do mesmo'

A Centerplex Cinemas realizou na manhã do último sábado (28) uma sessão exclusiva para convidados do filme Cinderela, lançado mundialmente no dia 26. Estivemos lá para conferir...



"Cinderela" era uma estreia muito esperada, já que daria vida ao clássico de Walt Disney. Antes, a menina dos sapatinhos de cristal só tinha sido representada nas animações Disney e, agora, ganha uma imagem de carne e osso, interpretada por Lily James, da mais clássica das princesas dos contos de fada. A sala do Centerplex Limeira estava lotada de criancinhas, acompanhadas de seus pais (ou, na maioria dos casos, de mães), com pacotinhos de pipocas e muita empolgação. O filme, porém, não me pareceu muito ser "coisa de criança", apesar de ter a classificação livre e ser indicado para toda a família.

Diferentemente dos desenhos, o longa tem um tom sério, cenas de tensão e cenários escuros. Para as crianças, falta aquela alegria tradicional das animações, mais coloridas, acompanhadas de músicas e diversão. No meio do filme, ouvi crianças chorando ou batendo papos paralelos ao filme, mostrando que perderam o interesse. Ao final, poucas de fato aplaudiram a história (como elas costumam fazer ao final de filmes para crianças!) e saíram sem muitos comentários pelos corredores. É um filme adultizado - fala de amor, maldade, casamento - apesar de não apresentar cenas violentas ou erotizadas. Em "era de Frozen", em que importa se divertir com um boneco de neve, seria mesmo difícil atrair 100% das meninas e mais ainda dos meninos presentes.

ENREDO
O filme conta - sem tirar nem por - aquilo que todos nós já estamos cansados de saber: a menina que perde os pais e passa a viver com a madrasta má e suas duas filhas estúpidas, que passam a tratá-la como uma serviçal. Cinderela é impedida pela madrasta de ir ao baile em que o príncipe deseja encontrar sua noiva. Mas a fada madrinha vem salvar a história, transforma abóbora em carruagem, ratinhos em cavalos e dá à jovem um lindo vestido de baile e sapatinhos de cristal. À meia noite Cinderela sai correndo da festa, pois a magia tem prazo de duração, e perde o sapatinho. O príncipe procura em todo o reino a dona do sapatinho, encontra Cinderela e vivem felizes para sempre! Assim, sem mudar nada e nem inovar em uma única cena, o filme Cinderela vem somente para materializar com atores reais a história, que mesmo linda e emocionante, pode ser frustrante por ser tão conhecida.

Me chamou a atenção o foco que o filme dá em um outro aspecto, antes não tão explorado, que é o caráter da Cinderela. Quando perde a mãe, a menina é encorajada por ela a seguir dois princípios: ser corajosa e gentil. Diante dos maus tratos da madrasta e de suas filhas, Cinderela jamais perde sua essência: a bondade cultiva dentro de si. Como sua mãe lhe diz em seu leito de morte, "a bondade que tem em seu dedo mindinho é maior que a de muitos em seu corpo todo". Durante o filme, a cada atitude de bondade e gentileza, parei para refletir como seu caráter era mil vezes mais lindo que seu físico, como o reflexo de ações desse tipo jamais poderiam ser ruins. Cinderela jamais pintou uma mulher medíocre e jamais desejou ter ou ser mais que ninguém. E foi ela quem se tornou a mulher do rei. Por outro lado, as irmãs se mostravam vazias e desinteressantes a cada frase ou atitude. Assim, podemos tomar como moral da história que um coração bondoso vence a mesquinheza desse mundo e pode conquistar reinos, ainda que figuradamente.

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